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Impacto Econômico do Rock in Rio na Economia do Rio de Janeiro

by Set 24, 2019Economia0 comments

No final de setembro e início de outubro, o Rio de Janeiro sediará a oitava edição do Rock in Rio. Após a primeira edição, em 1985, o evento foi realizado na década de 90 (1991) e depois 10 anos mais tarde, em 2001.  Já a partir da edição de 2011, entretanto, entrou para o calendário e vem acontecendo a cada dois anos na Cidade Maravilhosa. Lisboa, Madri e Las Vegas também já sediaram esse grande evento de entretenimento.

O Rio de Janeiro tem uma vocação natural para o turismo, o que impacta muito positivamente a economia, gerando empregos formais e informais. As principais cidades do mundo, como Nova York, Paris e Londres, atraem milhões de turistas por ano, muito mais do recebe a capital carioca. E isso indica que há algo errado. Esse setor, se bem administrado, pode (e deve!) ajudar para que o Rio de Janeiro saia dessa difícil situação econômica, que tem no desemprego alto a pior consequência da crise.

Porém, além de melhorar e aumentar a agenda de turismo, resolver o problema da segurança é fundamental, tanto para que os cidadãos cariocas e fluminenses possam viver melhor, quanto para que os visitantes da cidade também se sintam confortáveis (e seguros) para incluir o Rio como destino de férias ou trabalho.

O principal evento anual do Rio de Janeiro, o carnaval, com os desfiles das escolas de samba, blocos nas ruas, bailes e festas, movimenta mais de R$ 3,5 bilhões na economia, com mais de 1,5 milhão de turistas e sete milhões de foliões nas ruas de toda a cidade. O segundo principal evento do ano, o Réveillon, movimenta quase R$ 2 bilhões na economia, atraindo brasileiros de outras regiões, estrangeiros, além das milhões de pessoas que vão para as areias de Copacabana acompanhar a queima de fogos.

Isso mostra a relevância (também econômica) desses eventos para a cidade. Algumas pessoas podem até não gostar das festas, podem preferir viajar para locais menos cheios na ocasião, achar que atrapalha as rotinas. Porém, para a cidade, esses eventos significam a injeção de bilhões de reais diretamente na economia, por meio do movimento do comércio, serviços e, consequentemente, da arrecadação de impostos.

O Rock In Rio, que já tem seu lugar na agenda bienal da cidade há alguns anos, também impacta fortemente a economia fluminense. A expectativa é que o festival movimente R$ 1,7 bilhões, atraindo 400 mil pessoas e gerando 20 mil empregos – número superior à edição passada, que movimentou R$ 1,4 bilhões.

Fonte: Commons.wikimedia.org | Flaviohmg

Desde a montagem da (grande) estrutura, além dos diversos serviços em todos os dias de festival (alimentação, segurança, limpeza…), assim como a contratação dos músicos e profissionais da produção, entre outros, o evento movimenta a economia como um todo. Órgãos públicos, como Comlurb, CET-Rio e Guarda Municipal, também têm sua participação, para que tudo dê certo no festival.

Recentemente, a Bienal do Livro, outro megaevento primordial para o Rio, surpreendeu positivamente. Segundo a jornalista Flávia Oliveira, na coluna “Por dentro da economia” na rádio CBN, as cifras foram volumosas: 600 mil pessoas passaram pelos corredores do evento literário, foram vendidos quatro milhões de livros e 12 mil trabalhadores participaram da montagem à etapa final.

Dessa forma, é fácil compreender que é de suma importância que o Rio de Janeiro invista muito mais no setor de turismo, sendo esse mercado um aliado importante na retomada do crescimento, pela sua capacidade de aquecer a economia e, com isso, gerar empregos. Foi fundamental a manutenção do Rock In Rio no calendário da cidade, a cada dois anos, desde 2011. Porém, outros eventos também precisam se incorporar à rotina de cariocas e fluminense para aumentar a agenda turística da cidade e, com isso, impactar a economia!  Bom Rock In Rio a todos!!

 

Marcel Balassiano - Mestre em Economia Empresarial e Finanças (FGV EPGE), Mestre em Administração (FGV EBAPE)  e Bacharel em Economia (FGV EPGE).